segunda-feira, 23 de julho de 2007

 

Comentário ao livro "As Novas Tecnologias e a Educação" de João Pedro da Ponte

Em ‘As Novas Tecnologias e a Educação’ João Pedro da Ponte como, Seymour Papert, em ‘A Família em Rede’, defende o uso do computador no processo de aprendizagem das crianças e sustenta-nos as potencialidades da introdução das novas tecnologias nas escolas.

Para João Pedro da Ponte, as novas tecnologias permitem que se proceda a uma mudança na educação tornando as escolas num factor de evolução e inovação constante.

Sendo o computador um instrumento de trabalho de extrema utilidade, uma ferramenta preponderante na área da ciência e em todas as outras áreas do saber, um meio de comunicação entre pessoas, o uso o computador tem que ser motivado desde o início do processo de aprendizagem das crianças. O uso desajustado que se faz do computador em diferentes campos, “reprova” o imobilismo da escola que não contempla as carências dos alunos e da sociedade actual.

Para pessoas portadoras de deficiência, impossibilitadas fisicamente de ir à escola, o computador pode tornar-se o seu principal meio de aprendizagem e fazer com que se sintam mais realizadas pessoalmente.

“O computador é um novo meio de expressão e comunicação que é capaz de simular de forma dinâmica o trabalho de outros meios, incluindo aqueles que não podem existir fisicamente.” (pp. 46)

João Pedro da Ponte defende que a educação não deve basear-se em métodos e sistemas de memorização de conceitos e em simples transmissão de conhecimentos. Salienta que apesar da sociedade portuguesa ser pouco exigente, é necessário que esta se consciencialize da importância que o ensino tem no desenvolvimento do País.

Uma das problemáticas da Educação em Portugal está na forma como a escola é encarada no seio da sociedade em que se insere. O desinteresse com que a escola é contemplada leva a que exista falta de rigor, de transparência, de exigência, de que “se não é assim é parecido”, o vulgo “xico-espertismo” português.

A escola não se limita a ser um espaço onde se dão aulas. È um local de aprendizagem, de estudo, de trabalho, de recreio, de salutar convivência. É na escola que um indivíduo se prepara para a sociedade. É na escola que percorremos os caminhos que nos levam a aprender a pensar, onde se é exigido que aprendamos.

Para João Pedro da Ponte a educação tem que ser atractiva, alvo de interesse e não ser uma mera imposição. A educação como factor de desenvolvimento de um indivíduo tem que ser estimulada para que este se sinta motivado a prosseguir, respeitando o seu espaço e liberdade de pensamento. Para tal, há que encontrar estratégias que consigam cativar o interesse dos alunos e que consequentemente desperte os seus sentidos de observação e experimentação.

Ao inserirem-se métodos que incitem um maior interesse por parte dos alunos, de modo a que estes se questionem e dilatem os seus raciocínios, para que consigam desenvolver melhor os seus pensamentos, incute-se nas crianças uma maior curiosidade pelas ciências, pelas áreas do saber.

O futuro da educação e do ensino estará sempre associado à experimentação, a uma maior componente prática e interacção com as novas tecnologias nas escolas. Ao passo de um clique, acede-se a todos os tipos de saber, de forma a desfazer a curiosidade para seguirem o melhor caminho a percorrer e para o partilhar, formando mentalidades abertas, sendo capazes de responder aos desafios futuros que a sociedade espera.

A introdução das novas tecnologias nas escolas é uma necessidade, e nunca poderá ser visto como um substituto do professor, mas sim como um instrumento de trabalho preponderante.






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